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Dieta Low FODMAPs

Você sabe o que é e quem precisa fazer esse tipo de dieta Low FODMAPs?

Essa dieta é muito importante para quem já sabe que está com algum grau de disbiose no intestino.

Porque a disbiose pode prejudicar a saúde em geral, já que ela nada mais é do que um desequilíbrio da microbiota intestinal, que resulta em um intestino mais propenso a inflamações.

Além disso, um intestino desequilibrado, torna-se permeável.

Isso quer dizer que as barreiras das suas mucosas ficam mais “abertas”, permitindo que algumas substâncias que eram para ser eliminadas pelas fezes acabem voltado para o organismo.

Outro grande problema da disbiose é que o intestino perde sua capacidade de absorver os nutrientes dos alimentos, causando sérias deficiências nutricionais.

Umas das consequências da disbiose pode ser a síndrome do intestino irritável, por exemplo.

A síndrome do intestino irritável (SII) é uma condição crônica com alta prevalência em crianças e adultos em todo o mundo.

A doença está ligada ao desconforto ou dor abdominal associada à eliminação das fezes de forma inadequada.

Fatores como angústia, ansiedade, depressão, raiva e impulsividade em crianças influenciam essa hipersensibilidade.

Mas os estudos mais promissores estão relacionados à alimentação e sua relação direta com a saúde do intestino.

Isso significa que o que você come vai afetar muito toda a sua saúde. E alguns alimentos podem piorar muito o desequilíbrio intestinal.

Conheça a Dieta Low FODMAPs

FODMAP é a sigla em inglês para Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols (Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis fermentáveis).

São essencialmente carboidratos de cadeia curta, que não são digeridos pelo trato digestivo humano e que são fermentáveis por bactérias do intestino, podendo causar desconfortos gastrointestinais.

Então, a dieta low FODMAPs consiste em restringir temporariamente os alimentos ricos desses carboidratos, para controle dos sintomas intestinais.

É importante ressaltar que é uma estratégia eficaz já reconhecida na literatura e por entidades científicas, como a Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Certos alimentos podem gerar sintomas irritantes no sistema gastrointestinal – como diarreia, inchaço abdominal, desconforto e flatulência.

São diversos alimentos ricos em FODMAPs. Na lista abaixo eu trago alguns exemplos:

  • Frutas: maçã, pêra, pêssego, manga, melancia, nectarina, cereja, abacate,  frutas secas;

  • Laticínios diversos: leite de vaca, cabra ou ovelha, sorvete, iogurte (mesmo desnatado), queijo fresco e cremoso (ricota, cottage, cream cheese);

  • Hortaliças e leguminosas: Alcachofra, aspargo, beterraba, brócolis, couve, alho, alho-poró, quiabo, cebola, couve-flor, ervilha, grão de bico, feijão, lentilha;

  • Cereais e massas: pães, bolos, biscoitos ou cereais contendo trigo e centeio e cereais com xarope de milho.

Como são muitos os alimentos ricos em FODMAPs, o nível de restrição é grande, tornando a dieta bastante complexa.

Nesse sentido, os componentes mais incriminados são os carboidratos de cadeia curta altamente fermentáveis, que são absorvidos lentamente ou não digeridos no intestino delgado.

A dieta ocidental é muito rica em carboidratos simples, como farinha branca refinada. Isso pode aumentar os desequilíbrios do intestino que vai acabar não conseguindo digerir direito esses alimentos FODMAPs (mesmo os que consideramos muito saudáveis).

A dieta Low FODMAPs traz a sigla das letras iniciais dos carboidratos altamente fermentativos:

– Oligossacarídeos (trigo, centeio, diversas frutas, legumes e leguminosas)

– Dissacarídeos (lactose do leite e derivados)

–  Monossacarídeos (frutose das frutas e mel)

– Polióis (presente em algumas frutas e adoçantes).

“De difícil digestão e rápida fermentação, os alimentos FODMAPs formam gases que distendem o abdômen. Além disso, puxam água para o intestino, que fica ainda mais inchado” diz a terapeuta Ortomolecular Débora Rodrigues

Mas afinal, quem precisa fazer essa dieta Low FODMAPs?

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Pra começo de conversa você nunca deve fazer esse tipo de dieta sozinha, porque ela é extremamente restritiva. O acompanhamento com a nutricionista ou terapeuta ortomolecular é essencial.

Assim, você evita carências nutricionais e o profissional avalia a necessidade de suplementação.

As fibras devem ser também avaliadas, e nesse sentido, verificar a necessidade de simbióticos ou probióticos para também evitar a disbiose, ou seja, o desequilíbrio da flora intestinal.

Então, podem ser retirados por até oito semanas os itens com maior potencial fermentativo (leguminosas, cebola, alho, leites e derivados, os ricos em glúten e maçã), mas não todos de uma vez.

Em alguns casos de SIBO (síndrome do supercrescimento bacteriano intestinal), os pacientes apresentam sintomas como distensão abdominal, dor, gases, inchaço, e podem apresentar complicações em decorrência da  alteração na permeabilidade da barreira intestinal.

A SIBO é muito prevalente na Síndrome do Intestino Irritável, na Doença de Crohn e na Doença Celíaca, por exemplo, e as evidências mostram que pacientes com SIBO podem se beneficiar com uma dieta pobre em FODMAPs.

1f449 1f3fd - Dieta Low FODMAPs1f449 1f3fd - Dieta Low FODMAPs Lembrando mais uma vez que essa dieta não deve ser utilizada por longo prazo, e sim por um tempo curto para que ocorra a melhora dos sintomas e queixas gastrointestinais. E precisa de acompanhamento nutricional sempre!

Nos casos de Síndrome do Intestino Irritável, um artigo de revisão publicado no World Journal of Gastroenterology, intitulado: Diet in irritable bowel syndrome: What to recommend, not what to forbid to patients! (Dieta na Síndrome do Intestino Irritável: o que recomendar e não o que proibir para os pacientes!), mostrou abordagens de primeira e segunda linha para o tratamento:

  • O tratamento de primeira linha consiste na redução de cafeína,  pimenta e lactose, e o aumento de fibra solúvel (psyllium) e líquido (1,5 – 3 litros);

  • O tratamento de segunda linha consiste em fazer uma dieta pobre em FODMAPs, ou seja, restringir principalmente os monossacarídeos (frutose), dissacarídeos (lactose), os oligossacarídeos (GOS e FOS) e os polióis (xilitol, manitol, sorbitol).

De uma maneira geral, a dieta Low FODMAPs envolve três fases:

1- Uma dieta estrita e baixa em FODMAP nas primeiras 2 a 6 semanas

2 – A fase de reintrodução nas 6 a 8 semanas seguintes

3- Fase da dieta individualizada, o que implica o consumo de alimentos bem tolerados por períodos mais longos de tempo.

A dieta Low FODMAPs é eficaz no tratamento dos sintomas abdominais na maioria das crianças e adultos diagnosticados com SII.

Fique de olho na lista de alimentos liberados e restritos na dieta Low FODMAPs:

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Alto teor de FODMAPs

  • Vegetais: cebola, alho, aspargo, alcachofra, ervilha, beterraba, couve, aipo, milho, couve-flor
  • Frutas: maçã, pera, manga, melancia, pêssego, ameixa, abacate
  • Leite e derivados: leite de vaca, iogurte, queijo fresco, ricota, creme de leite, sorvete
  • Proteínas: feijão, grão-de-bico, soja
  • Pães e cereais: trigo ou centeio e massas
  • Industrializados:com xarope de milho, glicose, sacarose e adoçantes como xilitol, manitol e sorbitol
  • Oleaginosas: castanha-de-caju, pistache

Baixo teor de FODMAPs

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  • Vegetais: alface, abobrinha, berinjela, espinafre, cenoura, pepino, ervas aromáticas
  • Frutas: tomate, banana, laranja, tangerina, uva, melão, kiwi, morango, framboesa, maracujá, abacaxi
  • Leite e derivados:  queijos duros como parmesão, leite vegetal
  • Proteínas: carne, peixe, frango, tofu
  • Pães e cereais: massas sem glúten, arroz, quinoa
  • Industrializados: biscoito sem glúten, bolacha de arroz
  • Oleaginosas: amêndoas e sementes de abóbora

Ainda tem dúvidas se é o caso de fazer uma dieta mais restritiva? Pesquise mais sobre o assunto, preste bastante atenção em como anda seu intestino, suas fezes, sua digestão. Se achar que é preciso, procure um profissional.

Porque é fundamental ter acompanhamento no caso de retirada de tantos alimentos assim.

Referências bibliográficas

Fodor I, Man SC, Dumitrascu DL. Low fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides, and polyols diet in children. World J Clin Cases, 2019.

Brandt LJ, Chey WD, Foxx-Orenstein AE, Schiller LR, Schoenfeld PS, Spiegel BM, Talley NJ, Quigley EM. An evidence- based position statement on the management of irritable bowel syndromeAm J Gastroenterol 2009

Gibson PR. History of the low FODMAP diet. J Gastroenterol Hepatol 2017

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